terça-feira, 13 de setembro de 2016

Estudo sobre fuga de Hitler para Argentina e seus comparsas.

                            Estudo sobre a história da fuga de Hitler para Argentina

               Pesquisei  no google sobre esse tema e fiquei abismada com o que achei, posto agora minha pesquisa e conclusão...
                  

De preferido de Hitler a guarda-costas de Evita Perón: o nazista que foi parar na Irlanda

  • 11 janeiro 2015

Otto Skorzeny de uniforme e como fazendeiro (Fotos: Getty e Nationa Archieves of Ireland)Image copyrightGETTY E NATIONAL ARCHIEVES OF IRELAND
Image captionOtto Skorzeny ficou famoso por ter resgatado Mussolini de seu cativeiro no topo de uma montanha

Ele era o agente favorito de Hitler, famoso por ter resgatado Mussolini do cativeiro no topo de uma montanha e descrito como "o homem mais perigoso da Europa". Depois da Segunda Guerra Mundial, foi parar na Argentina, onde foi guarda-costas de Evita Perón. Segundo rumores, os dois teriam tido um envolvimento amoroso.
Não é de causar surpresa, portanto, que quando Otto Skorzeny chegou à República da Irlanda, em 1959, após ter comprado uma chácara no Condado de Kildare, a presença do ex-major nazista causou frisson no país.
Com quase dois metros de altura e pesando 114 quilos, a face esquerda do rosto marcada por uma cicatriz, Skorzeny chamava a atenção por onde andava.
Em artigos publicados na época pela imprensa irlandesa, Skorzeny era representado de forma glamorosa, como lembra o jornalista radicado em Dublin, Kim Bielenberg.
"O tom das matérias de jornal era de admiração em vez de repulsa, ele parecia ser admirado por suas proezas militares".
Ainda assim, alguns se perguntavam por que esse "garoto propaganda" do Partido Nazista teria vindo à Irlanda, provocando debates no parlamento irlandês. O que fazia Skorzeny no país? Teria ele intenções de iniciar atividades nazistas na Irlanda?

Façanhas Militares

Nascido em Viena em 1908, Otto Skorzeny filiou-se ao Partido Nazista da Áustria no início da década de 1930. No início da guerra, lutou nas frentes do leste, participando das invasões alemãs na Iugoslávia e União Soviética.
Em abril de 1943, já era chefe das forças especiais alemãs, encarregado por uma unidade de comandos especiais da SS (tropa de elite de Hitler).
Quando Benito Mussolini, aliado de Hitler, foi deposto e aprisionado na Itália, Skorzeny foi escolhido pelo führer para liderar uma missão de resgate.
Skorzeny e seus homens usaram planadores para chegar ao hotel onde Mussolini estava preso, no topo de uma montanha em um ponto remoto da Itália. Pegos de surpresa, os guardas não conseguiram reagir. O ditador deposto foi libertado.
Feitos como esse melhoraram ainda mais a reputação de Skorzeny junto a Hitler. O oficial foi promovido a major.
Quando Mussolini foi exibido para a mídia internacional, tendo Skorzeny ao seu lado, o então primeiro ministro britânico, Winston Churchill, descreveu a missão como "de muita audácia".

Missões Impossíveis

Daí em diante, o major passou a ser encarregado de todas as operações desse tipo.
Em 1944, acompanhado por seus homens, ele capturou o filho do regente da Hungria, almirante Horthy. Tendo aprisionado Miklós Horthy Jr. ─ após uma breve troca de tiros ─ o grupo enrolou o prisioneiro em um tapete e o colocou em um avião rumo a Berlim.
A última grande missão de Skorzeny na Segunda Guerra aconteceu durante a Ofensiva de Ardennes (mais conhecida como a Batalha de Bulge), em dezembro de 1944.
Skorzeny comandou a Operação Greif, onde alemães que falavam inglês, vestidos com uniformes americanos, usaram tanques disfarçados para se infiltrar nas frentes aliadas.
O plano causou confusão e pânico entre os aliados.
Correram boatos de que os homens de Skorzeny planejavam assassinar o General Eisenhower (comandante das forças americanas durante a Segunda Guerra). Os rumores levaram a um reforço na segurança, e o general foi obrigado a ficar confinado durante a semana do Natal em seu quartel-general no Palácio de Versailles.
Dez dias após o suicídio de Hitler, em maio de 1945, Skorzeny se entregou para os americanos.
Foi julgado por crimes de guerra em Dachau, em 1947, mas o caso não se sustentou e ele foi inocentado.
No entanto, Skorzeny ainda tinha de responder a acusações feitas por outros países e continuou na prisão. Mas, para a surpresa de poucos, ele escapou com a ajuda de antigos companheiros da SS.
Foi parar em Madri, onde abriu uma empresa de importações e exportações. Embora muitos dos negócios da companhia fossem legítimos, a empresa teria servido na verdade como fachada, permitindo que ele organizasse a fuga, para a América do Sul, de nazistas procurados na Europa.
De fato, Skorzeny fez várias viagens para a Argentina, onde se encontrou com o líder do país, Juan Perón. Durante um período, foi guarda-costas da esposa de Perón, Eva (Evita). Há relatos de que ele teria impedido que ela fosse assassinada.

Admirado na Irlanda


Otto Skorzeny cumpriemnta Hitler (foto: WW2GRAVESTONE.COM)Image copyrightWW2GRAVESTONE.COM
Image captionMilitar das forças especiais nazistas comprou fazenda na Irlanda

Em junho de 1957, Skorzeny viajou de Madri para a Irlanda, onde foi convidado para uma recepção em um hotel no Portmarnock Country Club, em Dublin.
O jornalista Kim Bielenberg reflete sobre a forma como o ex-oficial nazista, um criminoso de guerra foragido, foi recebido pelos irlandeses.
"Ele foi badalado pela alta sociedade de Dublin, inclusive por um jovem político, Charles Haughey, que mais tarde viria a se tornar um dos primeiros-ministros mais polêmicos da Irlanda".
"Segundo o relato do Evening Press (jornal que circulava na Irlanda naquele período), o salão estava lotado com representantes de várias sociedades, profissionais e, é claro, vários parlamentares", disse o jornalista.
Bielenberg especula que talvez essa acolhida calorosa tenha encorajado Skorzeny a comprar, em 1959, a Martinstown House, uma mansão cercada por uma fazenda de 160 acres em Curragh, Condado de Kildare.
O jornalista fala sobre a impressão que o ex-oficial alemão causou na população local.
Ele conta que Skorzeny podia ser visto dirigindo por Curragh em um Mercedes branco ou entrando no correio local para comprar mantimentos (em pequenas cidades na Irlanda e Grã-Bretanha, agências do correio funcionam dentro de pequenas mercearias).
"Reggie Darling, um historiador da região, me disse que uma vez cruzou com Skorzeny em Curragh. Ele contou que (o alemão) era um homem grande, que chamava a atenção por causa da cicatriz no rosto (resultado de um duelo nos tempos de estudante), mas não era muito amigável e não se misturava com a população local".

'Rota de fuga'

As visitas de Skorzeny à Irlanda nos anos seguintes foram cercadas de rumores e conjecturas.
Documentos do Irish National Archives, em Dublin, revelam que ele recebeu vistos temporários de entrada na Irlanda, desde que ele se comprometesse a não entrar na Grã-Bretanha.
Arquivos de Estado datando de 1958 falam de sua indignação diante de repetidas recusas, pelas autoridades britânicas, em permitir sua entrada no país.
Artigos de jornal publicados na década de 1960 diziam que Skorzeny tinha criado uma rota de fuga para ex-nazistas a partir da Espanha, e que sua fazenda na Irlanda era um lugar onde nazistas em fuga podiam se esconder. No entanto, nunca foram encontradas evidências para provar isso.

Perguntas no Parlamento

Nos anos posteriores à guerra, a Europa ainda era assombrada pelo espectro do Nazismo e havia temores de que ele retornasse como força política.
Na Irlanda, um ex-ministro da Saúde, Noel Browne, estava tão preocupado com a presença de Skorzeny no país que decidiu levantar a questão no parlamento irlandês, o Dáil, em 1959.

Documento sobre residência de Otto Skorzeny (foto: Nationa Archieves of Ireland)Image copyrightNATIONAL ARCHIEVES OF IRELAND
Image captionA concessão de residência a Otto Skorzeny foi motivo de debate na Irlanda

O ministro expressou a preocupação de que Skorzeny estivesse envolvido em "atividades antisemitas". Browne também declarou, em outra ocasião, que era do "conhecimento geral" que Skorzeny estava de alguma forma envolvido em atividades neonazistas. O político disse que o governo da Irlanda não deveria permitir que o ex-oficial alemão usasse a Irlanda para esses fins.
A presença de Skorzeny na Irlanda também foi tema de várias trocas de correspondências entre departamentos do governo irlandês ─ por exemplo, os de Justiça e de Relações Exteriores.
Em entrevistas, o ex-oficial sempre negava participação em atividades neonazistas ou de cunho político.
Dizia que queria comprar cavalos e que um dia gostaria de se aposentar e ir viver na Irlanda. Isso, no entanto, nunca aconteceu. Ele nunca obteve um visto de permanência no país. Viveu em Madri até morrer, em 1975, de câncer.
Skorzeny nunca denunciou os horrores do Nazismo e foi enterrado por seus antigos companheiros, seu caixão decorado com as cores do Nazismo.

Nazistas na Irlanda

Outros nazistas conhecidos, entre eles, Albert Folens e Helmut Clissman, foram morar na Irlanda após a Segunda Guerra Mundial.
Em entrevista à TV estatal irlandesa RTÉ em 2007, um veterano irlandês da Força Aérea britânica, Cathal O'Shannon, fez uma estimativa de que entre 100 e 200 nazistas teriam ido viver no país.
O'Shannon disse que um sentimento "antibritânico" na Irlanda teria, na opinião dele, levado irlandeses a oferecerem aos nazistas uma acolhida mais calorosa do que a que ele próprio obteve quando voltou da guerra.
O jornalista Kim Bielenberg diz que o contexto histórico oferece outras explicações para a recepção calorosa, pela Irlanda, aos nazistas.
"Não sei se a Irlanda havia se dado conta, naquela época, da gravidade, do horror das atrocidades cometidas pelos nazistas".
É possível também que irlandeses com tendências mais nacionalistas tenham adotado uma postura do tipo "o inimigo do meu inimigo é meu amigo", sugere o jornalista. "A atitude dos irlandeses em relação aos nazistas mudou a partir da década de 1970, quando o Holocausto entrou na consciência popular".
Bielenberg conta que sua história pessoal está vinculada à de Skorzeny.
"Skorzeny participou do aprisionamento e tortura de integrantes da resistência alemã que tentaram assassinar Hitler. Um desses homens era meu avô, Fritz von der Schulenburg".
"Após serem presos, Skorzeny chegou e arrancou suas insígnias militares. Depois, foram forçados a ouvir um discurso de Hitler no rádio, confirmando que ele estava vivo".
"Meu avô foi executado em Berlim, em agosto de 1944".


Perón e o Terceiro Reich



arielpalacios
01 Setembro 2009 | 00h45



lkunapoak
Comício nazista em pleno centro portenho, no dia 10 de abril de 1939
Caras e caros, começamos hoje, 1 de setembro, terça-feira, aniversário número 70 do início da Segunda Guerra Mundial, uma sequência de postagens diárias sobre a guerra e a Argentina, nazistas, neonazistas & congêneres.
Hoje, veremos Perón e os nazistas.
– Na quarta-feira, teremos a peculiar Guia Turístico Nazista de um importante centro de esqui argentino e o boom de livros que ocorre há anos na Argentina sobre o Terceiro Reich.
– Na quinta-feira, veremos os neonazistas argentinos que adoram os strunfs (sim, aqueles simpáticos duendezinhos azuis…eles acreditam que são arianos) e a história de A.Biondini, o argentino que sonhava ser Führer. Na virada deste século.
– Na sexta-feira, uma entrevista feita há 10 anos com Wilfred Von Oven, o secretário de imprensa de Joseph Goebbels. Uma entrevista na qual ele devorou uma caixa de frutas de caju cristalizada.
– No sábado, breve intervalo para falar de futebol (pelo jogo Brasil versus Argentina)
E na segunda-feira, mais Segunda Guerra Mundial, com a história do plano dos EUA para bombardear Buenos Aires…desde o Uruguai.
tropas
Não são tropas alemãs na frente da Casa Rosada apesar do capacete de estilo prussiano. São tropas argentinas desfilando na frente da Casa Rosada, o palácio presidencial, nos anos 40. Esse modelo de capacete perdurou até a segunda metade dos anos 50.
hand67s“A luta de Hitler na paz e na guerra nos servirá de guia. As alianças serão o primeiro passo. Temos o Paraguai, temos a Bolívia e o Chile. Com a Argentina, Paraguai, Bolívia e Chile será fácil pressionar o Uruguai. Logo, os cinco países unidos vão atrair facilmente o Brasil devido a sua forma de governo e suas grandes comunidades alemãs. Quando o Brasil cair, o continente americano será nosso”.
A frase, pronunciada pelo general Juan Domingo Perón em maio de 1943, ilustrava quais eram os projetos do governo argentino de plantão para o Brasil na época. Nesse momento, a Alemanha nazista e seus aliados do Eixo estavam no apogeu de seu poderio, dominando a maioria da Europa, dos Pirineus até as estepes ucranianas, do deserto da África até os fiordes noruegueses.
Hitler e seus assessores já pensavam na extensão de seu domínio ou influência na América do Sul, para distrair as forças dos EUA que começavam à chegar à Europa e atrapalhavam os planos do Japão no Oceano Pacífico.
Seu instrumento seria Perón, na época secretário de Guerra, e a eminência parda do poder na Argentina. Perón, que não era nem um pouco tonto, também utilizou os nazistas como instrumento, e no pós-guerra, serviu-se de centenas deles, que na Argentina trabalharam em âmbitos variados: desde técnicos para fábricas militares, físicos nucleares, e até torturadores e especialistas em propaganda política.
sudamerika
Mapa que mostra o plano de Hitler para reconfigurar a América do Sul. O mapa foi encontrado em um táxi que bateu em Buenos Aires em 1941. Posteriormente, descobriu-se que havia sido forjado pela inteligência britânica. Mas, os historiadores indicam que, apesar da falsidade do mapa, ele ilustra bem como o vegetariano austríaco que transformou-se em genocida queria reconfigurar o mundo.
“Duvido que os alemães pensassem seriamente em uma invasão da América do Sul, mas fizeram o possível para estimular o surgimento de governos favoráveis ao Reich, de forma a incomodar os EUA”, afirma o historiador Uki Goñi.
O então coronel Perón já vinha estabelecendo contatos e colaborações com o Terceiro Reich desde o início da Segunda Guerra Mundial. Ele liderava o Grupo Oficiales Unidos (GOU), uma agrupação de oficiais que em 1943 realizaria um golpe de Estado vitorioso.
A anterior estadia de Perón na Itália de Mussolini em 1940, sua visita à Paris ocupada e as multidões frenéticas na Piazza Venezia, deixaram o futuro presidente argentino inspirado.
“Não diria que Perón era um nazista”, me explicou o jornalista e historiador norte-americano-argentino Uki Goñi, autor de “Perón e os alemães”, onde traz à tona uma série de documentos sobre os vínculos do general argentino com o Terceiro Reich.
“Neste tema, as ideologias ou religiões não possuem nenhuma importância. A única coisa que importa é o poder. Nazistas são os que enchiam os estádios por Hitler. Peronistas são os que enchiam a Plaza de Mayo. Perón não era nazista”, diz.
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Nazistas queriam tirar proveito de Perón. Perón queria tirar proveito dos nazistas.
No entanto, Goñi admite que “Perón admitia sua admiração pelas ideias do fascismo, e muito depois, nos anos 70, ainda criticava o Julgamento de Nuremberg, que definia como uma infâmia. Dizia que havia tentado resgatar o máximo de alemães de Nuremberg. E o conseguiu”.
O ranço fascista dos militares argentinos chamou a atenção de Goñi, e decidiu – após dois anos de investigações e a descoberta de documentos inéditos – escrever “Perón e os alemães”, já considerada a melhor obra do gênero no país.
A espionagem alemã na Argentina estava constituída principalmente pela Sicherheitsdienst (SD). A Argentina, que se manteve neutra até semanas antes da vitória dos Aliados, foi o principal centro da espionagem alemã na América do Sul, e grande parte da informação sobre os EUA passava por Buenos Aires. Com a ajuda discreta do GOU, a espionagem alemã no país manteve-se praticamente intacta até o fim da guerra.
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Goyeneche, o argentino com altos contatos no Terceiro Reich. E no Vaticano
O principal enlace entre a Argentina e o Terceiro Reich foi Juan Carlos Goyeneche, líder dos nacionalistas católicos, que viajou dezenas de vezes à Alemanha, onde reuniu-se com o chanceler Joachin Von Ribbentrop, o líder das SS Heinrich Himmler, e outros líderes fascistas europeus como Mussolini, Franco, Salazar. Goyeneche também teve dois encontros com o Papa Pio XII.
Sua capacidade de contatos surpreende até hoje: Goyeneche correspondia-se com Himmler ainda em março de 1945, um mês e meio antes da derrota nazista. Nas décadas posteriores, divertiu seus amigos contando características pessoais dos ministros de Hitler.
No entanto, era um enlace informal. Goñi considera que “a História da região poderia ter sido diferente se Osmar Hellmuth não tivesse sido capturado pelos ingleses”.
Hellmuth, ao contrário de Goyeneche, era um germano-argentino, colaborador da SD, e enviado como emissário especial por Perón para negociar com Hitler um apoio argentino em troca de armas.
No entanto, Hellmuth foi preso pelos britânicos no meio do caminho e permaneceu preso até o fim da guerra, impedindo as conversações oficiais de uma possível aliança argentina-germânica.
Goñi relata a supresa de um chefe da seção latino-americana da Chancelaria do Reich que em agosto de 1944, após o desembarque aliado na Normandia e com Berlim sob constante bombardeio, recebeu um telegrama de Perón dizendo que ainda acreditava na vitória alemã.
“Na verdade, os militares argentinos não acreditavam na vitória nazista, mas consideravam que Hitler poderia obter uma paz separada com os EUA e a Grã-Bretanha, e ter as mãos livres para continuar a guerra com a URSS”. Segundo Goñi, Perón acreditava que era possível uma paz condicional, e que a Argentina e o Vaticano, poderiam ser os mediadores da paz.
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O ditador paraguaio Higino Morinigo, o qual Perón paparicava, de olho em mais influência em Assunção
Durante a Guerra, Perón planejava constituir uma faixa de proteção à Argentina, constituída por países como a Bolívia e o Paraguai. Este, foi um dos primeiros alvos de Perón: em 1943, tentou seduzir o general Higino Morínigo, presidente paraguaio, com aparatosa recepção em Buenos Aires.
O mordaz jornalista Ray Joseph, do The Buenos Aires Herald, descreveu a visita de Higino Morínigo como a “dessas boas-vindas que Mussollini costumava dar a Hitler”.
Segundo Joseph, os muros portenhos foram cobertos com cartazes com a imagem de Morínigo, “uma imagem tão hollywoodiana que duvido que o próprio pudesse se reconhecer nelas”. No entanto, apesar das lisonjas, o paraguaio ficou do lado dos EUA, que lhe havia oferecido armas. Perón dedicou-se imediatamente a outro alvo: a Bolívia.
gualberto
Villaroel, ditador boliviano colocado no poder com ajuda de Perón e de capitais alemães. Villaroel tornou-se o único presidente boliviano cuja causa mortis foi um linchamento público
Esse país recebeu atenção especial de Perón. Ali, o GOU, o SD articularam um golpe que derrubou o governo do general Enrique Peñaranda em dezembro de 1943. No seu lugar, com apoio do magnata do estanho, o germano-bolivano Gustav Eickenberg, foi colocado o general Gualberto Villarroel. Em troca, a Argentina prometeu ajuda econômica e a construção de uma ferrovia.
Mas a armação do golpe foi descoberta pelos EUA, e o governo boliviano precisou manter um low profile até o fim da Guerra. Victor Paz Estenssoro, que mais tarde seria presidente da Bolívia em três ocasiões, também foi um dos conspiradores, e durante o governo de Villarroel, foi ministro da Fazenda.
Villarroel ficou no poder até 1946. No pós-guerra, foi difícil manter-se, e foi derrubado em uma sangrenta revolução. Como Mussolini, foi assassinado, e seu corpo pendurado de um poste. Estenssoro conseguiu fugir, e até a virada deste século, já nonagenário, evitava falar sobre o tema.
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Perón admirava Mussolini. Aqui, o Duce na tradicional pose equestre, para ter mais aspecto ‘heróico’
PERÓN E OS INTEGRALISTAS
O Brasil era o seguinte alvo. Perón assustava-se com a construção de bases aeronavais no Brasil e no Uruguai, de onde poderiam bombardear Buenos Aires. Junto com a SD, Perón decidiu agir, tentando fortalecer o Partido Integralista brasileiro, de Plínio Salgado, que estava exilado em Lisboa. Integralistas foram convocados à Buenos Aires, onde foram convencidos de que o Brasil precisava aderir à política de neutralidade aplicada pela Argentina.
Os integralistas Vicente Caruso e Jayr Tavares reuniram-se com Guillermo Lasserre Mármol, o nexo de Perón com a SD, para lhe dizer que estava dentro da intenção do integralismo contar com o apoio argentino para realizar um levante cívico-militar que derrubasse Getúlio Vargas e promovendo uma aliança com a Argentina. Posteriormente, um dos líderes integralistas, Rodrigues Contreras, veio à Buenos Aires passou aos argentinos valiosa informação sobre as bases americanas no Brasil.
Buenos Aires havia se transformado em um verdadeiro centro de peregrinação para os integralistas, dos quais também veio o major Jaime Ferreira da Silva, professor da Escola Militar, que alertou os argentinos sobre a possibilidade de um choque militar entre o Brasil e a Argentina estimulado pelos EUA.
Dessa visita ficou combinado que o integralismo realizaria uma vasta campanha propagandística a favor da Argentina dentro do Brasil, além da instalação de uma rede de colaboração de espiões. No entanto, apesar dos projetos, os avanços na colaboração entre Perón e os integralistas foi lenta, e pouco depois, a guerra terminou.
As informações sobre os contatos de Perón com os integralistas saíram à tona através dos interrogatórios a diversos espiões alemães no pós-guerra.
Os espiões presos na Argentina, saíram da cadeia menos de uma semana depois que Perón chegou à presidência do país, em 1946, eleito pelo povo.
NAZISTAS REFUGIAM-SE NA ARGENTINA
Um ano depois do fim da Segunda Guerra Mundial, em 1946, Perón tomou posse da presidência do país, e abriu as portas do país à chegada de milhares de refugiados europeus, dos quais, milhares, obtiveram passaportes argentinos forjados. Entre eles, centenas de criminosos de guerra.
mengele
Dr. Joseph Mengele, na época em que fazia experiências com seus prisioneiros dos campos de concentração. Mengele fugiu para a Argentina e posteriormente faleceu no Brasil
“Não duvido que Martin Bormann (um dos braços-direitos de Hitler) tenha passado por aqui. Há muitas pistas sobre isso. Sei que encontraram o crânio dele em Berlim, mas não seria estranho que tivesse sido levado daqui para lá para forjar sua morte como se tivesse ocorrido em 1945”, diz Goñi.
“Vieram enormes quantidades de oficiais da SS, cujos nomes não aparecem em nenhuma lista de processos”, diz Goñi. “Comenta-se que entraram 50 mil alemães e austríacos depois da Guerra. Suspeito que desses haveria algumas dezenas de criminosos de guerra, incluindo também croatas, húngaros, franceses e belgas”, diz.
Entre as figuras mais conhecidas, chegaram à Argentina o líder ustacha Ante Pavelic, Adolf Eichmann e Joseph Mengele. Também chegaram os propagandistas, como o colaboracionista francês Jacques de Maiheu, que teve influência no governo argentino até muito depois da queda de Perón.
Ele é o exemplo de como a “imigração nazista” teve uma perdurável influência na vida política da Argentina, e que não morreu junto com os “imigrantes”. Quarenta anos depois de terminada a guerra, Mahieu exercia grande prestígio na direita peronista. Inspirado em suas idéias, foi criado o grupo Tacuara, que realizou ataques antissemitas nos anos 60. Em 1997, o então ministro da Justiça, Rodolfo Barra, teve que renunciar quando veio à tona seu passado de “tacuara”.
Quando Adolf Eichmann foi enforcado em 1962 em Israel após ter sido sequestrado em Buenos Aires por um comando israelense, um grupo peronista planejou explodir a embaixada de Israel, em retaliação. O plano foi abandonado, mas exatamente trinta anos depois, um carro bomba destruiu a mesma embaixada.
Mahieu também influenciou o violento líder “montonero” Rodolfo Galimberti, que a meados dos anos 70, confidenciou a um colega, orgulhoso: “Mahieu disse que poderei ser o próximo Führer”.
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O portenho Walter Darré foi um dos teóricos do Terceiro Reich. Aqui, em seu apogeu
DARRÉ
Mas, a Argentina não só recebeu refugiados, antes, abasteceu a Alemanha nazista com altos funcionários. O argentino que atingiu o cargo mais elevado foi Ricardo Walter Oscar Darré, que se tornou ministro da agricultura de Adolf Hitler. Darré, junto com Alfred Rosenberg (nascido na Lituânia), foi autor das leis raciais que condenaram à morte milhões de judeus, ciganos e demais civis que ele considerava “inferiores”.
pinoc
Perón e Pinochet, juntos, em 1974. Pinochet também protegeu vários nazistas
Link para um artigo publicado no La Nación, de Uki Goñi, sobre Perón e os nazistas:
http://www.lanacion.com.ar/nota.asp?nota_id=202431
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E foi assim que fiquei completamente estarrecida por saber que tantos governos, não apenas apoiavam mas também auxiliaram na fuga e vida tranquila de Hitler na Argentina, meu espanto porém foi saber que até o FBI sabia de seu paradeiro e nada fez!
O intuito de Hitler era alcançar a América do Sul, para atacar os Estados Unidos...pelo visto...o silencio americano ajudou ao pior dos crápulas a viver confortavelmente sem pagar pelos seus crimes hediondos...incrível!

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